Smart Aging

Para além do carácter preventivo da Consulta, são abordadas diversas condições clínicas tais como: síndrome metabólico, menopausa, andropausa, diminuição da líbido, falência ovárica prematura, outros desequilíbrios hormonais e suas consequências. Efetua-se ainda uma avaliação do risco cardiovascular e do stress oxidativo. Esta medicina, mais funcional, é um meio de ” dar vida aos anos e não só dar anos à vida”!

Smart-Aging/Medicina Funcional tem por base a análise e deteção de fatores de risco e estilos de vida prejudiciais à saúde e bem-estar, que são responsáveis por acelerar o envelhecimento.

O tratamento personalizado pretende retardar o aparecimento dos processos crónicos e degenerativos que surgem com o envelhecimento, otimizar as capacidades físicas e cognitivas e melhorar a qualidade de vida.

Este objetivo é conseguido através da reposição dos níveis de substâncias e elementos naturais, tais como vitaminas, minerais, oligoelementos, aminoácidos, probióticos e coenzimas, que vai permitir um reequilíbrio bioquímico, neutralizando os efeitos dos diferentes tóxicos. Neste sentido, a Medicina Anti-Aging é uma medicina preventiva que contribui para diminuir os processos degenerativos das células, logo, retardando o envelhecimento.

Mais recentemente têm sido publicados estudos científicos que comprovam que, o equilíbrio hormonal, a mudança dos estilos de vida, o uso equilibrado de fitoterápicos, o exercício físico personalizado e uma alimentação/formato alimentar adequada ao estilo de vida, podem mesmo reverter o envelhecimento celular.

As mais recentes descobertas neste campo envolvem os telómeros, estruturas que se encontram na parte final de cada cromossoma e que protegem o genoma da deterioração. Desempenham, portanto, um papel crucial na proteção e manutenção das informações que se encontram no nosso genoma.

Já se sabia que, com o avanço da idade os telómeros ficam cada vez mais curtos e as células mais desprotegidas, aumentando o risco de doenças crônicas e diminuindo o tempo de vida das diferentes células. Os resultados das medidas de combate ao envelhecimento têm sido surpreendentes, pois nomeadamente ao retardarem a perda dos telómeros, abrem-se novas perspectivas para reverter o envelhecimento, prevenir e tratar doenças como cancro, o enfarte do miocárdio e a doença de Alzheimer.

A quem se dirige a Consulta Smart-Aging?

A Consulta de Smart-Aging dirige-se a todas as pessoas que querem sentir-se com energia, manter as capacidades cognitivas, otimizar a saúde e prevenir as doenças cardiovasculares, tumorais, osteoarticulares e, neurodegenerativas, entre outras.

Dispomos de vários métodos de avaliação que permitem identificar e medir fatores que estão da génese de doenças e do envelhecimento em geral, tais como: avaliação da idade biológica, estudo da composição corporal, avaliação dos níveis de metais pesados, avaliação do perfil hormonal, avaliação das funções cardiovascular, respiratória, gastro-intestinal, cognitiva, imunológica, estado de oxidação, intolerâncias alimentares e, em casos individualizados, estudo genético. Após a realização de todos os exames, obtém-se um perfil personalizado do envelhecimento de cada indivíduo, e deteta-se qual ou quais pilares necessitam de atenção mais dirigida e assim desenha-se, conjuntamente com cada pessoa, um plano de tratamento completamente personalizado.

O tratamento abrange healthy coaching, modulação hormonal (com hormonas bio-idênticas), suplementação não hormonal (com anti-oxidantes e quelantes de metais pesados, entre outros), nutrição funcional e orientação sobre a prática de exercício físico, tão importante nos nossos dias.

Quais são os benefícios de um programa Smart-Aging?

Equipa multidisciplinar da consulta de Smart-Aging

Trata-se de uma equipa multidisciplinar coordenada pela cardiologista Dra. Ana Rita Victor, que inclui nutricionistas com forte ênfase na nutrição funcional, fisioterapeutas, psicólogos, coachers, especialistas em mindfulness, enfermeiros e ainda personal trainers.

ESTILOS DE VIDA

Para iniciar a transformação no âmbito do Smart-Aging, o primeiro diálogo tem que ser com a nossa mente! A mente está, tal como um computador, carregada com ideias e crenças acerca de tudo o que nos rodeia. Estas crenças estão integradas globalmente nos nossos programas mentais e grande parte delas abrem-nos portas, mas na nossa mente também estão instaladas crenças limitadoras que nos condicionam. É possível mudá-las? Sim! A mudança de crenças faz parte do caminho de pessoas que se desafiam a si próprias de forma a serem a melhor versão de si mesmas. Para atingirmos esse objectivo temos que dedicar atenção, tempo e recursos a uma nova filosofia de vida mais consciente e feliz, de forma a podermos viver muitos anos em plenitude.

Devemos ter especial atenção ao auto-boicote, ouvindo e dando, no nosso diálogo interno, um determinado significado às palavras:

A nossa mente quase sempre produz pensamentos que correspondem ao passado ou ao futuro e, quase nunca se encontra no momento presente, no AQUI e AGORA. Na verdade. o tempo PRESENTE é o único que importa pois é a matriz da criatividade e, no que respeita ao Smart-Aging, da mudança para um estilo de vida mais saudável.

Todos os pensamentos que nos entristecem, culpabilizam, proporcionam inquietude ou medo do que pode acontecer, tiram-nos do momento presente. A presença ou consciência é o maior presente que podemos oferecer.

MINDFULNESS

Mindfulness é um treino ao qual podemos recorrer no sentido de educar a mente para que o poder da escolha seja CONSCIENTE e NÃO INCONSCIENTE.

Existem várias práticas meditativas que vão ao encontro de cada um. É uma prática com enormes benefícios se queremos rejuvenescer e envelhecer em plenitude.

Mindfulness prolonga a vida e, rejuvenesce, para além de ter inúmeros outros benefícios para a saúde: aumenta o comprimento dos telómeros, reduz o stress, melhora a qualidade do sono, melhora o controlo sobre si mesmo, e, não menos importante, proporciona uma nova perspetiva para observar tudo com equanimidade.

MODULAÇÃO HORMONAL

O processo de envelhecimento saudável, Smart-Aging, começa com a otimização dos níveis hormonais.

A partir dos 39 anos, a maioria das pessoas tem um declínio hormonal anual de cerca de 3 a10%. Na mulher, verifica-se uma queda hormonal abrupta na menopausa, pelo que nesta fase é ainda mais imperativo uma compensação hormonal equilibrada.

No processo de envelhecimento é necessário manter um equilíbrio hormonal adequado para otimizar a saúde e prevenir doenças.

A terapia de reposição hormonal bioidêntica tem mudado a maneira como as mulheres envelhecem. Não existiam as inúmeras alternativas terapêuticas disponíveis, e a informação veiculada pelos media e revistas científicas era contraditória e muito escassa.

Hoje em dia já não temos de aceitar o desequilíbrio hormonal como uma realidade sombria e pautada de desinformação. A terapêutica hormonal bioidêntica é uma nova forma de tratar os pacientes e aumentar a sua qualidade de vida, devendo ser iniciada na altura do aparecimento dos primeiros sintomas, desde que não haja contra-indicações. Imensos e conceituados estudos científicos recentes têm elucidado a comunidade científica quanto ao tipo de reposição hormonal mais adequada e quanto à via de administração de fármacos para a efetuar.

Na consulta será efetuada uma história clínica detalhada, serão prescritas análises ao sangue e/ou saliva, sendo proposto um plano que pode incluir hormonas bioidênticas, suplementos não hormonais, exercício e nutrição funcional.

Tal como na mulher, o processo de envelhecimento hormonal saudável do homem reveste-se de particular atenção no que respeita à otimização dos níveis hormonais. O homem não tem uma verdadeira “andropausa pois não há uma cessação abrupta (pausa) na produção de hormonas sexuais e, por isso, mesmo as manifestações clínicas são mais progressivas.

A produção de testosterona é realizada essencialmente nos testículos, mas uma pequena parte é elaborada nas glândulas supra-renais. Esta hormona tem um papel muito importante, salientando-se, em especial, a sua ação a nível da memória, da capacidade de concentração, da energia, da libido, da massa e tonificação muscular.

Cerca de 25% dos homens com mais de 65 anos terão níveis baixos de testosterona total e 50% dos homens com mais de 65 anos terão níveis baixos de testosterona livre. Perante a confirmação da deficiência de testosterona deve ser efetuada uma avaliação hematológica, bioquímica, cardiovascular, mamária e prostática antes de se iniciar o tratamento de reposição hormonal

É por não haver duas pessoas iguais que temos de personalizar a nossa abordagem! Se enquadrarmos o nosso paciente dentro dos 5 pilares de medicina anti-envelhecimento poderemos evitar deixar passar outras causas associadas a baixos níveis de testosterona e potenciar o tratamento (a título de exemplo, modulando outros níveis hormonais, fazendo a adequada alimentação funcional, utilizando suplementação não hormonal com impacto na metabolização da testosterona). Existem condições clínicas que cursam com deficiência de testosterona e não se corrigem com a reposição desta hormona, como acontece no síndrome metabólico e na fadiga da supra-renal. A abordagem é multidisciplinar!!!!

Independentemente da idade, homens com testosterona abaixo do valor de referência e sintomáticos devem fazer tratamento. As vias de administração da testosterona bioidêntica mais seguras são a via transdérmica e a intramuscular.

Qual o objetivo da reposição com testosterona?

O objetivo da reposição de testosterona é aliviar os sinais e sintomas do hipogonadismo com melhoria da função e desejo sexual, aumento da boa-disposição, sensação de bem-estar, aumento da vitalidade, aumento da massa muscular, diminuição da cintura abdominal, diminuição da gordura corporal e aumento da densidade mineral óssea.

Quais as contraindicações e riscos da terapia com testosterona?

As principais contraindicações são o cancro da mama ou da próstata ativos. Em alguns casos a terapia deve ser evitada, como por exemplo em portadores de apneia do sono grave, enfarte agudo do miocárdio e revascularização miocárdica recente, acidente vascular cerebral há menos de 6 meses e na insuficiência cardíaca congestiva descompensada. A terapia com testosterona também tem os seus riscos, principalmente quando realizada sem indicação médica ou para fins puramente estéticos tais como: infertilidade, ginecomastia (aumento dos seios) e aumento do hematócrito (aumenta o risco de formação de coágulos sanguíneos e embolia pulmonar). Tais riscos são potencializados quando, de forma indevida, são utilizadas altas dosagens de testosterona e esteróides anabolizantes para ganho de massa muscular, o que é infelizmente cada vez mais comum.

SUPLEMENTAÇÃO NÃO HORMONAL

Como consequência dos procedimentos atualmente utilizados para aumentar a produção agrícola, para evitar pragas, para aumentar o tempo de conservação de alimentos e para os “tornar” mais agradáveis ao paladar fomos adulterando os nossos alimentos que, atualmente, do ponto de vista nutritivo estão muito empobrecidos e são ricos em agrotóxicos, metais pesados e hormonas.

Para além de uma alimentação adequada beneficiamos, por vezes, de juntar alguns complementos nutricionais tais como: vitaminas, minerais, anti-oxidantes, probióticos, ómegas, enzimas, aminoácidos, fitoterápicos, etc.

A elegibilidade dos suplementos necessários não deve ser feita aleatoriamente, mas sim de acordo com a história clínica, com os valores laboratoriais e também com o stress oxidativo de cada um.

EXERCÍCIO FÍSICO

O envelhecimento está associado a redução do VO2 máximo, isto é, a capacidade máxima do corpo de um indivíduo transportar e metabolizar oxigénio durante o exercício físico. O exercício físico de resistência efectuado de forma regular aumenta o VO2 máx. Níveis maiores de VO2 máximo não só estão relacionados a redução da mortalidade e stress oxidativo mas a regulação positiva de vias moleculares que aumentam a nossa proteção contra os radicais livres de oxigénio. Por outro lado o aumento da actividade física associa-se a biogénese mitocondrial e atraso no declínio do metabolismo celular.

O exercício físico pode aumentar o fluxo de sangue para o músculo esquelético até 100 vezes mais, em menor quantidade para o cérebro e reduzir o fornecimento de oxigénio para outros órgãos. Apesar da diferente distribuição de fluxo a estes órgãos, todos beneficiam de exercício regular, o qual diminui a incidência de doenças relacionadas com os estilos de vida e os efeitos parecem ser sistémicos.

Vários estudos epidemiológicos realizados nos últimos anos observaram a existência de uma associação positiva entre a prática de atividade física moderada e um maior comprimento dos telómeros. O mesmo não se verifica se a prática não for habitual, de curta duração, alta intensidade ou para níveis excessivos.

Em relação ao aumento da produção de moléculas oxidantes (espécies reactivas de oxigénio), provocada pela contração muscular durante a prática de atividades físicas, em princípio, estas provocam danos nos tecidos muscular e poderiam provocar uma diminuição do comprimento dos telómeros e, desta forma acelerar o envelhecimento. No entanto, o corpo responde ao exercício físico moderado aumentando o nível de atividade dos seus sistemas de defesa antioxidantes que se encontram nos músculos. Isto torna possível manter o equilíbrio oxidante-antioxidante durante os treinos e assim evitar o envelhecimento precoce.

No caso de doentes com doença das artérias coronárias expostos a exercício físico moderado, verifica-se que apresentam efeitos positivos a nível da anti-oxidação, esta melhoria poderá ser atenuada e agravada com exercício intenso e prolongado pois aumenta o stress oxidativo e a libertação de mediadores inflamatórios tais como radicais livres de oxigénio e citocinas.

NUTRIÇÃO FUNCIONAL

No que diz respeito à alimentação no âmbito do Smart-Aging importa não só o que comemos, mas também como, quanto e quando comemos!

A alimentação para o smart-aging não é vista como uma dieta, isto é, não se trata de começar uma dieta que tem um início e um fim mas antes promover e incutir um estilo alimentar sustentável que perdure sempre. É um processo que naturalmente se vai aprendendo e integrando pouco a pouco. Para um maior sucesso temos, como explicado anteriormente, que estar vigilantes, conscientes dos nossos processos de auto-boicote e fazer as escolhas adequadas com atenção plena (mindfulness).

É pois tão importante saber o que comer (macronutrientes, vitaminas, minerais, oligoelementos, superalimentos, etc ) como saber que alimentos e comportamentos não nos nutrem mas que, pelo contrário, nos intoxicam, oxidam, inflamam e envelhecem.